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17/12/2014

Mistura de etanol na gasolina vai a 27% em fevereiro, diz Sindicom

Medida melhora rentabilidade do setor sucroalcooleiro e reduz importações. Vendas de combustíveis crescem 5,6% em 2014

Rio - O governo avisou às distribuidoras de combustíveis que marcou para fevereiro o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina vendida no país. A nova mistura, porém, será de 27% e não de 27,5%, limite máximo previsto na lei aprovada em setembro. Com a medida, o mercado espera uma melhora na rentabilidade das usinas de cana-de-açúcar, que vem sofrendo com a pouca competitividade em relação à gasolina, e redução da necessidade de importações do derivado de petróleo, cujo consumo fechará o ano em alta de 7,1%, de acordo com o Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). 

“A definição de um índice de 27% é positiva porque seria difícil calibrar a mistura de 27,5%”, afirmou ontem o presidente executivo do Sindicom, Alísio Vaz, em encontro de fim de ano com jornalistas. Segundo ele, ainda há algumas negociações do governo junto à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mas não há mais questões do ponto de vista da logística do setor de combustíveis. Atualmente, a mistura está em 25% e a Anfavea apontava dúvidas sobre a possibilidade de uso de percentual maior por veículos movidos apenas a gasolina. 

A proposta de aumento da mistura teve como objetivo aliviar a crise vivida pela indústria sucroalcooleira, que perdeu competitividade com a manutenção dos preços da gasolina em patamares abaixo dos praticados no mercado internacional. Segundo levantamento do Sindicom, desde 2012 o etanol hidratado só tem apresentado vantagem econômica em relação à gasolina em quatro estados: São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Paraná. “Ou seja, não aconteceu, nos últimos anos, nenhum movimento de superação do etanol. É como se este cenário estivesse se estabilizado”, diz Vaz. 

Este ano, as vendas do biocombustível devem registrar aumento real de 2%, para 12,9 bilhões de litros, segundo projeções do Sindicom. A estimativa diverge dos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pois considera que, no ano passado, 1,1 bilhão de litros não foram comunicados ao órgão regulador por distribuidoras fraudulentas. Já o mercado de anidro, com a mistura de 25%, será de 11,078 bilhões de litros este ano. O aumento da mistura tem potencial para ampliar as vendas do combustível em 886,3 milhões de litros, a números de hoje. 

Segundo o Sindicom, as vendas de gasolina C (misturada com etanol anidro) somarão 44,3 bilhões de litros em 2014, alta de 7,7% com relação ao ano anterior. Embora as vendas de automóveis tenham crescido em ritmo inferior ao de 2013, o volume de vendas de combustíveis automotivos crescerá em ritmo superior ao verificado no ano anterior: 7,8%, incluindo gasolina C, etanol hidratado e gás natural veicular. “O movimento é puxado, principalmente, pela gasolina”, comenta Vaz. 

Já as vendas de óleo diesel, produto mais relacionado à atividade econômica, crescerão 2,4% no ano, impulsionadas, principalmente, pelos segmentos ligados a commodities internacionais, como a agroindústria e a mineração. A análise do Sindicom tem respaldo em estatísticas que mostram a variação maior na região Centro-Oeste, onde o consumo de diesel crescerá 6% no ano, e a menor no Sudeste, onde a alta será de apenas 1%, refletindo o mau desempenho da indústria. No geral, as vendas de combustíveis crescerão 5,6% no ano, batendo novo recorde em 2014, conforme antecipou o Brasil Econômico . 

O Sindicom aponta como principais desafios para 2015 a prática de elisão fiscal, que garante margens mais competitivas a distribuidoras que atrasam de forma recorrente o pagamento de impostos. “A legislação é tolerante com o devedor contumaz, ao equiparar o devedor que atrasou um mês com aquele que vem atrasando frequentemente e mantém os volumes de vendas”, reclama o presidente da entidade.

Fonte:

Brasil Econômico

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